Eu queria muito saber como você está, se ainda gosta de tomar café preto sem açúcar, de tomar uma taça de vinho tinto antes de jantar, de andar pela beira-mar ouvindo músicas melancólicas. Se ainda pensa em mim como eu penso em ti. Choro enquanto escrevo isso. Acho que dois anos é pouco tempo quando estamos falando de sentimentos.
Pois é, já não tenho notícias suas há vinte e quatro meses, mas parece que foi ontem a última vez que te vi. Você sorriu, me abraçou e disse que estava na hora de partir. Concordei. O que mais poderia fazer? Não havia forças para lutar. Nos afastamos com o tempo, com a rotina, com a correria. Não havia mais café na cama, jantares românticos, filmes nos sábados à noite. Só havia solidão dentro de casa.
Agora estou sozinha, e a solidão continua aqui. Fico pensando que antes era aconchegante estar na solidão, pois sabia que, de toda forma, você estava no quarto ao lado; que mesmo dormindo no sofá, eu acordava e te via sair para trabalhar. Voltei a dormir no quarto, mas deixo a luz da sala acessa.
Tenho medo do escuro. Parece que estou me afogando quando não há iluminação. Sinto que no escuro meus pensamentos gritam dentro de mim -e tendo a evitar isso. Muita bagunça ocorre dentro da minha cabeça (acho que por isso ela dói tanto).
Será que você também está passando por isso? Acho que não. Vi nos posts de uma pessoa em comum que você já está com alguém. Acho que isso desencadeou a vontade de chorar. Não é posse, longe disso. É que você parecia estar feliz com ela. Um sorriso genuíno no rosto. Fazia tempo que não te via sorrir daquele jeito. Ao menos não quando estava comigo.
24 meses depois e você está feliz. Espero que a felicidade me alcance logo.

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